sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Demorou mas saiu : Journey

Como primeira participação neste blog que fala de tudo e ao mesmo tempo de adaN, escolhi falar sobre o formato de mídia que mais aprecio: os jogos eletrônicos. E para começar, falarei não sobre um jogo qualquer, mas sobre uma obra de Arte, Journey. O que se segue não é um típico review do jogo, abordo a forma única e intuitiva com o que o jogo o ensina a jogá-lo e desvendar suas possibilidades. Isto torna a experiência em Journey única, além do fato de vir embalada pela incrível trilha sonora, original e indicada ao Grammy, um feito inédito para os jogos eletrônicos!
Enfim, uma abordagem diferente para explicar porque esse jogou virou um fenômeno, elogiado por crítica e jogadores, fato que o fez abocanhar diversas premiações!



Lançado em 2012 por uma produtora pequena, promissora e de nome "cool", a ThatGameCompany, a melhor palavra para descrever seu tema é "transcendental". Isto já pode ser observado desde o menu inicial minimalista (que tem só uma opção, a de iniciar o jogo em si), que usa uma música misteriosa e uma igualmente insondável paisagem desértica para engajar o jogador à solucionar seus enigmas.
O jogo se inicia apresentando a incrivelmente bem feita areia do deserto, que transmite uma sensação de calor bem convincente. Enquanto uma estrela cadente aparece na tela, nosso "eu gamístico" é revelado. Coberto em tecido vermelho, é um ser abstrato, misterioso e de gênero indefinido, características que impedem qualquer possível rejeição por parte do jogador, ponto para a produtora.
A primeira coisa a se fazer no jogo é aprender como a câmera se move. Para tanto, o jogo simplesmente mostra uma imagem do controle do PS3 (é um exclusivo da Sony) e indica a direção para apontá-lo, usando os tais "seis eixos" que dão nome ao joystick do PS3, deixando essa função menos inútil do que normalmente.
Quando você se acostuma e começa a girar a câmera você se depara com a visão de uma enorme duna encimada com o que parecem ser dois longos e estreitos túmulos agarrados à fitas gigantes. Neste momento, o personagem, que estava sentado na areia, se levanta, ao passo em que novamente aparece o controle translúcido, apontando o uso do analógico esquerdo para caminhar, silenciosamente apontando a direção a se seguir. Detalhes sublimes e sem o uso de palavras que tornam a experiência bem mais rica e bela.
Assim que se sobe a tal duna, é possível ver pela primeira vez o objetivo intuito to jogo: alcançar o topo de uma distante montanha emissora de luz. Esta é revelada através de uma maravilhosa conunção entre a mesma e o personagem, que evoca uma referência à "2001: Uma Odisséia no espaço".

















Uma trilha de túmulos mostra o caminho à frente, até se atingir algumas ruínas. Um ponto de luz dourada chama sua atenção, incitando-o a subir ao topo das mesmas. O personagem chega lá pulando graciosamente alguns obstáculos (sem precisar apertar nenhum botão para tanto). Quando você se aproxima da luz se percebe que ela representa algum tipo de símbolo ou escrita. Esta luz é "absorvida" por você, o que cria no personagem uma cauda, que o permite saltar bem mais alto, ao se apertar o botão X (de novo aparece o joystick).
Seguindo-se em frente se atingem outras ruínas, maiores, nas quais você aprende a "energizar" pilares que revelam uma pintura de parede que mostra uma cena que evoca a história da civilização de nosso personagem. Novamente isto é feito com o aperto de só um botão (O), com o qual se emite um som que deixa visível sua onda de propagação, além de ter um símbolo específico único, só seu, uma marca registrada.



Interessante também é destacar que quando o personagem caminho rumo aos limites do cenário este é engolfado por fortes ventos que o impedem de seguir em frente. Um modo artístico de evitar aquelas terríveis e toscas paredes invisíveis que ainda vemos com frequência.

Estas ações cobrem os primeiros minutos de jogatina. O jogo o ensina a jogá-lo de um modo bem natural e intuitivo, sem a necessidade de tutoriais, já que este de modo artístico revela as habilidades do personagem, que são só as descritas até aqui. O jogo oferece apenas o essencial para superar seus enigmas e para a coleta de mais símbolos de luz, os quais aumentam e sua cauda e seus saltos.
Talvez o que há de mais belo no jogo é o fato de que se pode compartilhar a experiência com outro jogador, nunca identificado, a não ser pelo símbolo característico de sua onda sonora, o que compele os dois a trabalharem juntos (muitos troféus só podem ser conquistados em dupla) e desenvolver uma forte relação dentro do jogo, isso sem o uso das palavras!



8 comentários:

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